A ligação

 Eram quase 23h. O celular toca. Vejo a tela. Me surpreendo com quem chama. Era ela, a minha paixão. Deixo tocar por uns dez segundos. Decido atender. Na primeira frase, meu orgulho cai por terra. "Eli, meu querido, tava dormindo?". Respondo prontamente que não, mas iria dali a alguns minutos. Estava com sono. Conversamos por algum tempo. Sorriso pra cá, sorriso pra lá. Meu cansaço me vencia. Nos despedimos. Abraços pra cá e boas noites pra lá. Desligo com um sorriso maior que o mundo no rosto. 

Mas no whatsapp a conversa continuou por mais tempo. Mensagens pra lá e áudios pra cá. Mas o sono me abateu. Em mim e na minha paixão. Demos boa noite e a conversa terminou com "Bons sonhos. Amém". Agora terminou mesmo. 

Fui dormir com aquele sorriso enorme no rosto. Era incontrolável. Espontâneo. Não conseguia parar. E não queria parar. Às 6h ainda amanheci com ele de orelha a orelha. 

Um vazio

De umas duas semanas pra cá, tenho me sentindo muito sozinho.
Pra casa não tenho mais prazer em voltar.
Agora prefiro a rua. 
Ou qualquer outro lugar.

Minha mãe foi embora, meu pai voltou. 
E a saudade aumenta a cada dia.

Mas não é só por isso. 
Não que isso seja pouco, mas outras situações me levam ao cansaço psicológico. 
E muitas vezes ao choro.
Problemas na faculdade, em casa, financeiros, procura por um segundo novo estágio.

Pra piorar, ainda surgem amores mal resolvidos. Que de tão mal resolvidos, se tornam esquecidos. Vão ficando no tempo. 
Até morrer.
Mas não morrer para sempre.
Na maioria das vezes, eles voltam. 
Na esperança de serem bem resolvidos
Essa também é minha esperança.

Confesso

Eu confesso.
Prefiro sucesso profissional, uma carreira bem sucedida, do que um amor.
Mas, pense: tenho 21 anos. Daqui a dez não posso garantir que meu pensamento será o mesmo.
Apenas confesso.

Sofro

Sofro.
Sofro de amores.
Sofro de amores diariamente.
Sofro de amores diariamente assim como troco de roupa. 
Sofro por um, depois sofro por outro.
Mas sofro.
De amores eu sofro.


Assinado, eu mesmo, Elijonas.

Dormi cedo demais

Natal é a minha data preferida no ano. Na frente até do meu aniversário. Mas este ano foi diferente. Pela primeira vez, dormi antes de meia-noite. Às 23h já estava na cama. A ceia foi modesta, minha mãe não estava, a família não se reuniu e meu celular estava com 7% de bateria. Foi uma noite normal.

Não teve troca de presentes, não teve árvore de Natal, não teve pisca-pisca, papai noel, meia pendurada na janela ou decoração alguma. A bateria do celular durou até o meio-dia do dia 25.
No entanto, apesar da falta de alguns "detalhes", o Natal foi bom. Muito bom. Aliás, o ano inteiro foi generoso. Só tenho a agredecer.
Teve alegria, felicidade, prosperidade, bondade. 
Teve mudança de estágio, amigos novos, experiências novas.
Teve muita coisa boa.

Em 2015, acredito que será ainda melhor.
Vai ser o melhor dos anos. 
Vamos aguardar.

O que é então?

Não sei o que é. Peço sua ajuda. É amor? É paixão? Desejo? Curiosidade pelo novo? Ou nada demais, apenas sensação? Não sei. Só sei que sinto. Estou ansioso. Fico ansioso, sempre que te vejo, me perco no seu olhar e me envergonho com seu sorriso. Escondo o meu. 

Todos os dias. No fim de semana desejo que chegue logo a segunda. Quando chega, novamente me escondo. Em algumas horas, alegres horas, acontece de trocarmos olhares perdidos e sorrirmos com os mesmos. Saio do esconderijo. Mas ainda não sei o que é. O que é então?

Ontem eu sonhei

Sonhei que você sonhava comigo. Depois que sonhei que você sonhava comigo, continuei sonhando que você acordava desse sonho de sonhar comigo...

Caio Fernando de Abreu